Golpe do Pix: entenda como evitar e como recuperar o dinheiro

A forma que o Pix revolucionou as movimentações bancárias, facilitando a vida dos seus usuários com transferências e pagamentos sem cobrança de taxas em segundos é inegável.

No entanto, assim como a sua popularidade pela praticidade, o número de golpes e fraudes utilizando o Pix vem crescendo bastante nos últimos meses.

Afinal, os golpistas acompanham a evolução da tecnologia, sempre pensando em novas estratégias para atingir mais pessoas. E, como o Pix é uma forma de pagamento simplificada, apesar de segura, é preciso redobrar a atenção para não ser a próxima vítima!

Acompanhe o nosso conteúdo e saiba mais sobre os golpes, além de descobrir como recuperar o seu dinheiro, caso isso aconteça com você!

Como funciona o Pix?

Para entender melhor os golpes do Pix, é preciso saber como a função funciona, não é mesmo? Qualquer pessoa com uma conta bancária pode realizar e receber transferências e pagamentos pelo Pix, seja a qualquer hora ou dia da semana.

Essas transferências são realizadas através dos aplicativos de banco por meio das chaves Pix, que são os dados ou códigos que você cadastra no próprio aplicativo.

Geralmente, as chaves Pix são:

• CPF/CNPJ;
• Número de celular;
• E-mail;
• Chave/código aleatório.

Ainda, além dessas chaves, o Pix também permite a transferência ou pagamento de forma instantânea pela leitura de QR Code, links de pagamento e dados bancários.

Ou seja, caso você queira receber ou realizar um pagamento, é só escolher uma das opções e selecionar a operação na sessão Pix do aplicativo do banco que você tem conta.

Caso você queira entender ainda mais como tudo isso funciona, temos um conteúdo  exclusivo sobre Pix que pode te ajudar.

É possível levar golpe no Pix?

O Banco Central do Brasil afirma que o sistema de tecnologia do Pix é seguro, porque foram desenvolvidos mecanismos e medidas de segurança exclusivos para garantir a confiabilidade de cada transação.

No entanto, infelizmente, diversos criminosos aproveitam da facilidade que o Pix proporciona ao realizar transações para aplicar diferentes tipos de golpes.

Quais os principais golpes do Pix?

Como dissemos acima, os golpes e fraudes com Pix são variados. Alguns deles são adaptações de golpes que já existiam antes da ferramenta, mudando apenas a forma de pagamento. Por sua vez, outros aproveitam as características próprias desse sistema de pagamento para aplicar novos golpes.

Confira abaixo os casos mais comuns de golpes do Pix:

Criação de páginas e arquivos

Essa estratégia de golpe surpreende várias pessoas. Com ela, os golpistas criam páginas falsas para enganar os usuários. 

O objetivo é direcionar as vítimas do golpe para sites falsos e então copiar os seus dados bancários. 

Como dissemos acima, para começar a usar o Pix, é necessário que o usuário cadastre uma chave, que pode ser o seu número de telefone, CPF/CNPJ, e-mail ou uma chave aleatória. O golpe acontece nesse exato momento.

A vítima recebe mensagens via SMS ou e-mail com um link para cadastro da chave Pix, levando-a para a página falsa. Então, nessa página, são solicitados os dados da pessoa, como o CPF, nome, conta bancária e outras informações necessárias para que os golpistas possam acessar a conta bancária da vítima.

Por isso, redobre a atenção quando receber e-mails ou mensagens do “seu banco”, para garantir que é uma página oficial antes de inserir qualquer tipo de informação pessoal. Se for o caso, entre em contato com os canais de atendimento da instituição financeira, para que eles validem a mensagem e o link.

Falha no Pix

Esse golpe é um exemplo de fraude que utiliza as características do sistema do Pix para ganhar vantagem sobre a vítima.

Por meio de mensagens, os golpistas avisam sobre uma falha no Pix que pode ser benéfica para a pessoa. Por exemplo, informar que a vítima irá receber R$ 500,00 no Pix, mas precisa fazer uma transferência de R$ 100,00 para “liberar” a transação.

Geralmente, a mensagem informa que o valor a ser recebido é o dobro ou ainda mais superior ao valor que a vítima precisa pagar.

Infelizmente, por ser uma estratégia prática, muitas pessoas acabam fazendo a transferência ou pagamento de forma impulsiva, antes mesmo de refletir melhor sobre a situação.

Whatsapp clonado

O golpe do Whatsapp clonado já acontecia muito tempo antes do surgimento do Pix. Porém, com a facilidade dessa forma de pagamento, o golpe acabou ficando ainda mais eficiente para os criminosos.

Clonando o Whatsapp da vítima, os golpistas têm acesso à lista de contatos e, a partir daí, começam a pedir dinheiro “emprestado” pelo Pix, se passando pela pessoa.

Uma forma de dificultar esse processo é salvar os seus contatos pelo nome. Por exemplo: salvar o contato da sua família pelos seus nomes, e não como “mãe”, “pai”, “irmã”, “tia”e afins. 

Além, é claro, de não informar códigos ou outras informações sobre o seu Whatsapp para desconhecidos ou em sites suspeitos.

E caso você seja abordado por um conhecido pedindo dinheiro, procure confirmar ligando para a pessoa para saber se não é o golpe do Whatsapp clonado.

Centrais falsas de atendimento (Phishing)

Essa é uma das estratégias mais antigas para aplicar golpes. Os criminosos criam contas no Whatsapp se passando por funcionários de instituições bancárias ou outras empresas, solicitando informações sigilosas ou enviando links com páginas falsas (como as que mencionamos anteriormente).

Para evitar esse golpe, sempre entre em contato com o seu banco através dos telefones, e-mails e sites oficiais, além dos aplicativos. Em último caso, é sempre possível procurar uma agência física.

Se você não solicitou um contato do banco, não clique em links e não forneça informações para contatos suspeitos.

Compras em sites falsos

Como bem sabemos, o Pix permite que você faça pagamentos em estabelecimentos como lojas físicas e virtuais.

Aproveitando dessa facilidade, os golpistas criam sites falsos de vendas para receber os pagamentos via Pix.

Muitas vezes, os estelionatários enviam e-mails e SMS informando sobre promoções de grandes lojas conhecidas ou de lojas com produtos bastante procurados, como roupas, itens de decoração, acessórios, entre outros.

Normalmente, os produtos ofertados estão com preço bastante inferior ao que você encontra nas lojas verdadeiras, com destaques como “desconto exclusivo para pagamento via Pix”.

Ah! E preste bastante atenção caso esteja priorizando o pagamento por boleto. Afinal, os boletos falsos são outra estratégia de golpe!

Como esse desconto realmente acontece em algumas lojas reais, é preciso ter muita atenção no endereço do site (URL).

Golpe do Pix agendado: como funciona?

Essa é uma modalidade de crime mais focada em comerciantes e lojistas. Os criminosos utilizam a opção de “Agendamento” do Pix para gerar comprovantes, confiando na falta de atenção dos comerciantes para conseguir produtos e serviços sem realmente pagar por eles.

Ele funciona de forma simples: quando o golpista realiza o agendamento do pagamento via Pix, aparece uma confirmação de que a transferência será feita na data e no horário especificado.

Com o comprovante gerado, o criminoso realiza o envio através do Whatsapp em caso de compra online, ou mostra ao vendedor a tela de confirmação como “prova” de que realizou o pagamento.

Para omitir a informação de que o pagamento ainda não foi realizado, mas sim agendado, os golpistas utilizam aplicativos de edição de fotos para manipular a imagem, ou simplesmente cortar a parte do comprovante que informa o agendamento.

Ao garantir o envio do produto ou a compra no local, os criminosos cancelam o agendamento do envio do valor no Pix.

Golpe do Pix: como recuperar o dinheiro?

Se você foi vítima de um golpe do Pix, os seus primeiros passos devem ser:

1. Ir até a polícia e fazer um boletim de ocorrências para registrar o crime;

2. Juntar todas as informações possíveis sobre a transação, como data e a hora, chave Pix, destinatário, nome do banco recebedor e da pessoa para quem o valor foi enviado. Isso ajudará na investigação da polícia e das instituições financeiras;

3. Abra uma reclamação na instituição financeira para a qual o dinheiro foi enviado. Isso ajuda a evitar que novos golpes sejam aplicados.

Inclusive, em novembro de 2021, o Banco Central colocou em vigor duas medidas de segurança para esses tipos de situação: o Bloqueio Cautelar e o Mecanismo de Devolução (MED), que facilitam o bloqueio e a recuperação do valor transferido em caso de fraude.

O Bloqueio Cautelar é um processo que autoriza que o seu banco bloqueie os recursos e avalie o registro de outras transações em caso de suspeita de fraude em compras online, além de devolver o dinheiro para a sua conta bancária.

Enquanto isso, o Mecanismo Especial de Devolução pode ser utilizado pelo seu banco ou por você mesmo. Basta que você apresente um boletim de ocorrência relatando o acontecimento e entre em contato com a sua instituição financeira através do SAC ou outros serviços de ouvidoria.

Depois, o seu banco irá entrar em contato com a instituição utilizada pelo golpista solicitando o bloqueio dos recursos da operação.

Leva cerca de 7 dias para ambas as instituições analisarem a origem da operação e, caso verificado que foi de fato um golpe, o dinheiro retorna para a sua conta.

Conclusão

Apesar de existir a possibilidade de recuperar o seu dinheiro após um golpe do Pix, é melhor se prevenir e prestar atenção em contatos e sites suspeitos, não concorda?

Sempre que se deparar com uma situação inusitada, confira muito bem a autenticidade de um site, e-mail, SMS. Vale a pena ligar para o seu banco caso alguém esteja se passando por um funcionário que precisa dos seus dados.

Ainda, caso um conhecido te peça dinheiro emprestado pelo Whatsapp, por mais real que pareça, pergunte em outras redes sociais e garanta que é de fato ele quem está falando com você.

Uma dica final: não deixe de utilizar o Pix por medo de cair em golpes, mas nunca tome decisões por impulso!

Como dissemos neste conteúdo, basta prestar atenção aos detalhes. Afinal, o sistema do Pix continua sendo seguro para efetuar transações e pagamentos.
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